A contabilização de estoques é uma área da contabilidade que envolve o controle, a gestão e o registro das movimentações de mercadorias, materiais ou produtos em uma empresa. Ela é indispensável para acompanhar e valorizar os itens que entram e saem do estoque, considerando corretamente a realidade econômica e financeira da empresa. A precisão dessas informações impacta diretamente o cálculo do custo de mercadorias vendidas (CMV), a formação do preço de venda, o planejamento de compras e a rentabilidade do negócio.
Além disso, ela parte do princípio de que os itens armazenados em uma empresa têm um valor econômico que deve ser registrado de maneira adequada. Isso envolve tanto o custo de aquisição quanto o valor ao qual os itens podem ser vendidos, levando em consideração possíveis perdas, obsolescência ou deterioração. Abaixo vamos explorar um pouco mais sobre os principais conceitos e métodos utilizados.
Métodos de avaliação
Existem diferentes métodos de avaliação para avaliar os estoques, cada um impactando diretamente o custo das mercadorias vendidas (CMV) e, consequentemente, o resultado da empresa. São eles:
PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair): também conhecido como FIFO (First In, First Out), neste método, as primeiras mercadorias adquiridas ou produzidas são as primeiras a serem vendidas. O estoque final é composto pelos itens mais recentes. Em ambientes inflacionários, esse método tende a apresentar um estoque final mais alto e um CMV menor.
UEPS (último a entrar, primeiro a sair): no método UEPS, também conhecido como LIFO (Last In, First Out), os itens mais recentes são os primeiros a serem vendidos, deixando o estoque final com os produtos mais antigos. Em épocas de inflação, esse método tende a aumentar o custo das mercadorias vendidas, o que pode reduzir o lucro tributável da empresa. Embora seja adotado em alguns países, esse método não é permitido no Brasil para fins fiscais, por ser considerado inadequado pela legislação tributária local. Portanto, é importante que as empresas estejam atentas a essas diferenças ao operarem internacionalmente.
Custo médio ponderado: o custo do estoque é avaliado pela média ponderada entre as entradas. Sempre que há uma nova compra ou produção, uma nova média é calculada. Esse método é amplamente utilizado por ser mais simples e estar de acordo com as normas contábeis brasileiras.
Contabilização de Estoques no Balanço Patrimonial
A contabilização de estoques segue as regras do Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1) – Estoques, que determina que os estoques devem ser avaliados pelo custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois ou menor. O custo dos estoques inclui todas as despesas com a aquisição, além dos gastos necessários para colocá-los em condições de uso ou venda.
Exemplo de Contabilização
Suponha que uma empresa adquira 100 unidades de um produto por R$50 cada, com um custo total de R$5.000. O lançamento contábil ficaria assim:
Débito: Estoque (R$ 5.000)
Crédito: Caixa ou Fornecedores (R$ 5.000)
Quando uma empresa vende 40 unidades a R$ 80 cada, o registro contábil seria:
Débito: Caixa ou clientes a receber (R$ 3.200)
Crédito: Receita de Vendas (R$ 3.200)
Débito: Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) (R$ 2.000)
Crédito: Estoque (R$ 2.000)
Impacto nos Resultados Financeiros
A escolha do método de contabilização de estoques pode alterar significativamente o lucro líquido da empresa. Em períodos de alta inflação, por exemplo, o método PEPS pode gerar um lucro maior, pois o CMV será mais baixo, enquanto o método UEPS aumenta o CMV,
obtendo menor lucro contábil.
Além disso, o correto gerenciamento de estoques evita o excesso de mercadorias paradas, o que pode acarretar em custos de armazenamento, ou, por outro lado, a falta de estoque, que pode prejudicar as vendas e a confiança da empresa. Portanto, é muito importante classificar corretamente os estoques, considerando as diferentes maneiras de categorizá-los, dependendo do setor de atuação da empresa. Veja alguns exemplos:
Matérias-primas: usadas no processo produtivo.
Produtos em processo: mercadorias que ainda não foram concluídas.
Produtos acabados: prontos para venda.
Mercadorias para revenda: itens comprados para venda sem passar por transformação.
Suprimentos ou insumos: materiais de apoio à produção ou à operação da empresa.
É comum que as empresas realizem auditorias periódicas para verificar a consistência entre os registros contábeis e o estoque físico. Discrepâncias devem ser ajustadas e a causa dos desvios investigada. A conciliação de estoques envolve, ainda, a revisão dos inventários físicos e dos registros financeiros, garantindo que todas as movimentações estejam devidamente contabilizadas. Para assegurar a precisão desse processo e evitar problemas futuros, contar com uma consultoria especializada é imprescindível.
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